Ansiedade, até que ponto ela é benéfica?

O transtorno de ansiedade é uma das condições de saúde mental mais discutidas atualmente — e não por acaso. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com maior número de pessoas ansiosas no mundo, afetando cerca de 9,3% da população. E, nos últimos anos, os diagnósticos vêm crescendo em razão de fatores como pandemia, pressão no trabalho, excesso de informação e mudanças sociais aceleradas.

Porém, é preciso lembrar que a ansiedade em níveis saudáveis faz parte da vida: é aquele “alerta natural” que nos prepara para situações de risco, desafios e é o que gera também aquela sensação gostosa da expectativa de encontrar alguém que amamos ou quando estamos apaixonados, aquele “friozinho na barriga”.

Mas quando ela se torna constante, desproporcional e incontrolável, passa a interferir no bem-estar físico, emocional e social.

Como identificar os sintomas da ansiedade

Observe-se. Perceba se em momentos normais do cotidiano que talvez demandem espera, compromissos ou decisões, por exemplo, você apresenta alguns dos sintomas listados a baixo.

Os Principais sintomas incluem:

  • Taquicardia, falta de ar ou sensação de aperto no peito;
  • Pensamentos acelerados e preocupação excessiva;
  • Irritabilidade, dificuldade de concentração e insônia;
  • Suor excessivo, tremores e tensão muscular;
  • Problemas gastrointestinais (como dor abdominal e náuseas).

Causas mais comuns

A ansiedade pode ser resultado de uma combinação de fatores:

  • Biológicos: desequilíbrio de neurotransmissores como serotonina e noradrenalina;
  • Psicológicos: histórico de traumas, estresse crônico ou dificuldades emocionais;
  • Sociais: pressões financeiras, profissionais ou familiares;
  • Estilo de vida: sono irregular, alimentação pobre em nutrientes e excesso de cafeína podem intensificar os sintomas.

Consequências para a saúde física e mental, e como tratar

Sem tratamento, a ansiedade pode levar a quadros de depressão, síndrome do pânico e isolamento social. No corpo, ela aumenta o risco de doenças cardiovasculares, gastrite, hipertensão e enfraquecimento do sistema imunológico.

Um estudo publicado no Journal of Psychiatric Research (2021) mostrou que a ansiedade não tratada está associada a maior risco de desenvolvimento de doenças crônicas e redução significativa da qualidade de vida.

A boa notícia é que a ansiedade pode ser tratada com sucesso. Entre as abordagens mais eficazes estão:

  • Psicoterapia: que ajuda a identificar padrões de pensamento e comportamento;
  • Medicamentos: em caso graves, sempre com acompanhamento psiquiátrico;
  • Técnicas de relaxamento e respiração;
  • Mudanças de estilo de vida, como prática regular de exercícios físicos, sono adequado e alimentação equilibrada.

Pequenas mudanças de rotina podem ajudar a controlar a ansiedade no dia a dia:

  • Alimentação: priorizar alimentos ricos em triptofano e magnésio (como banana, aveia, castanhas e vegetais verdes-escuros), que ajudam na produção de serotonina. Evitar excesso de cafeína e ultraprocessados.
  • Exercícios físicos: caminhar, praticar yoga, correr ou dançar estimula a liberação de endorfina e reduz o estresse.
  • Meditação e mindfulness: comprovadamente eficazes no controle da ansiedade. Matéria publicada na Harvard Health Publishing indicam que a prática regular de mindfulness pode diminuir os sintomas de ansiedade.

o papel da terapia na sua saúde mental

Compreender a ansiedade e identificar os primeiros sinais que podem evoluir para o transtorno, é o primeiro passo. Mas o mais importante é não enfrentar isso sozinho. O acompanhamento terapêutico ajuda a entender as causas, a desenvolver estratégias para lidar com os sintomas e a conquistar mais equilíbrio emocional e qualidade de vida.